o fim do mundo
                                                                          um projeto planetário
71 pessoas  |  11 países


      
curado por
emanuel dimas de melo pimenta
 
planeta Terra
21 de dezembro. 2012
no Streaming Museum
 

Al Margolis
Aldo Roda
Ana Montez
António Cerveira Pinto
Augusto de Campos
Cid Campos
Beto Palaio
Betty Leirner
Carla della Beffa
Carlos Zíngaro
C. B. Aragão
Christophe Charles
Cildo Oliveira
Claude Ber
Cynthia Karalla
Didier Feldman
Dino Viani
Dove Bradshaw
Emanuel Pimenta
Estela Guedes
Ferruccio Maria Fatta
Francesca Arianna Fatta
Filippo Rolla
Francesco Cuoghi
Frédérique Wolf-Michaux
Godfried-Willem Raes
Irene Buarque
Isabel Nunes
Jerome Joy
João Castro Pinto
John Doing
Jon Rappoport
José Aloise Bahia
Josephine Coy
Katy Martin
Laura Pimenta
Leonel Moura
Leonello Tarabella
Lorenzo Bianda
Lucrezia De Domizio
Marcelo Buainain
Márcia Grostein
Marco Bagnoli
Marco Cardini
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Marta Alvim
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Maurizio Barbetti
Maurizio Russo
Michel Collet
Michel Kharaoubi
MiguelRibeiro
Mônica Horta
Nuno Júdice
Paul Amlehn
Ariel Lorca
Pedro Gaspar
Renzo Tieri
Reto Rigassi
Rosemarie Castoro
Roy Ascott
Ruben Verdadeiro
Sasha Meret
Sebastian Bradt
Sérgio Vilafranca
Mauro Muszkat
Stefano Odoardi
Tamara Lai
Valentine Verhaeghe
Vanderlei Lucentini
William Anastas
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Nos últimos dias de outubro de 2012, eu estava em Nova Iorque com a minha querida amiga Nina Colosi - fundadora e curadora do Streaming Museum - quando subitamente tive a ideia de fazermos juntos um novo projeto. Ele deveria ser algo planetário, que pudesse juntar artistas, fotógrafos, músicos, cineastas, poetas, filósofos de todo o mundo.
Imediatamente, veio à minha mente O Fim do Mundo.
É possível que essa ideia passe a ser percebida, no futuro, como algo absurdo. A verdade é que o quadro de depressão mundial negado insistentemente pelos mais variados governos, da sombra da guerra, do anti-semitismo, dos mais variados tipos de preconceitos, de muitas vezes assistirmos a ignorância e a superficialidade elevados a padrão de "bom comportamento", para além do híper consumo contínuo e entretenimento de todas as espécies, gerou uma sensação quase mística sobre um possível fim do mundo.
A isso, soma-se o Calendário Maia que terá estabelecido para o dia 21 de dezembro de 2012 a data fatídica de um certo tipo de civilização ou, segundo os mais pessimistas, para tudo o que é humano.
Esse zeitgeist poderia ser facilmente identificado na Internet e até mesmo em jornais ou revistas. Em dezembro de 2012 uma simples busca no Google sobre a expressão "Fim do Mundo 2012" gerava dois bilhões e meio de referências em 0,36 segundos.
Nina Colosi, eu e muitas pessoas que conhecemos, não estamos interessados em julgamentos de valor.
Mas, a simples frase O Fim do Mundo poderia despertar todo o tipo de reações de personalidades criativas em todo o mundo.
Combinamos que o projeto seria lançado no dia 21 de dezembro de 2012.
Havia, portanto, muito pouco tempo para todas as preparações.
Enviei convites para mais de uma centena de artistas, fotógrafos, músicos, cineastas, poetas e filósofos em diversos países. A condição fundamental foi a da total liberdade. Eu não sabia o que me enviariam, e não disse uma única palavra sobre o que poderia ser O Fim do Mundo.
Afinal, O Fim do Mundo tanto poderia ser um lugar, uma finalidade, uma transformação, a negação de qualquer transformação, a profecia Maia entre outras, ou qualquer outra coisa.
Rapidamente, recebi a resposta entusiástica de setenta e uma personalidades de onze países: Bélgica, Brasil, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Japão, Nova Zelândia, Portugal, Romênia e Suíça.
Inicialmente, a ideia era montar todo esse material utilizando princípios estocásticos, sem uma intenção de conteúdo. Depois, resolvi fazer, para além disso, separadamente uma espécie de apresentação individual dos trabalhos.
Antes de começar a receber as colaborações, compus um concerto ao qual dei o nome de O Fim do Mundo. Operando, num certo sentido, como o antigo deus romano Jano, a peça musical tem duas partes, que podem ser executadas em simultâneo ou separadamente. A primeira parte opera vários aparelhos de televisão, com canais selecionados aleatoriamente. O percurso entre os diversos canais segue um diagrama traçado a partir do mapeamento de satélites e objetos em órbita do planeta Terra. A segunda parte do concerto opera seleções dos hits de música popular ao longo dos últimos dez anos - entre 2002 e 2012 - em diversos países, como os Estados Unidos, a Itália, o Brasil, Israel, Coreia do Sul, Japão, Rússia, França, Alemanha ou Austrália entre outros. O percurso entre essas seleções, tal como na primeira parte, também segue um diagrama traçado a partir do mesmo mapeamento de elementos flutuando em órbita da Terra. Essa peça musical funcionou como uma espécie de continuum sob todas as cenas.
A montagem de todos os trabalhos recebidos dos diversos países obedeceu a alguns princípios: primeiramente, a ordem alfabética dos seus autores e, em seguida, uma distribuição segundo o sistema numérico vigesimal, que caracterizou a formulação do calendário Maia. A partir daí, elementos aleatórios possibilitaram a superposição dos trabalhos recebidos, constituindo, no seu complexo, um projeto estocástico.
Não há, na montagem de todos esses trabalhos, qualquer interferência pessoal, intencional. Assim, é especialmente curioso - para dizer o mínimo - observar a sua construção: ela foi feita por todos.
Dessa forma, este projeto também é uma celebração de todos os que nele participam - sinal de diversos mundos interagindo, num certo sentido como o fabuloso Musicircus de John Cage, de 1967. Afinal, O Fim do Mundo acontece exatamente 45 anos depois do Musicircus de John.
A primeira realização do projeto O Fim do Mundo acontece a partir do dia 21 de dezembro de 2012 pelo Streaming Museum de Nova Iorque. Depois, outros desdobramentos poderão acontecer. Mas, tudo é uma surpresa para todos nós.

 

 
streaming musem
os participantes
emanuel pimenta
as partituras
press
 

 

timetable

Dec 20. 2012

New York - 7pm

São Paulo - 21:00

Rio de Janeiro - 21:00

 

Dec 21. 2012

London - 0:00

Lisbon - 0:00

Paris - 1:00

Bern - 1:00

Roma - 1:00

Tokyo - 9:00

New Zealand - 13:00